Bem conhecido da gastronomia alentejana e da região Oeste, o poejo encontra-se de norte a sul de Portugal, a par do orégão, seu familiar próximo e não menos aromático.
Identificação: Herbácea perene, de cerca de 30 a 40 cm de altura, de caules muito ramificados e erectos desde a base, apresenta folhas opostas, elípticas/lanceoladas, pequenas e de nervuras côncavas, muito semelhantes às dos orégãos. As flores, lilás-claras, escassamente pedunculadas e labiadas, apresentam um cálice dentado. O fruto é um mericarpo castanho.
Tipo Fisionómico: Hemicriptófito.
Distribuição: Europa, com excepção do extremo norte, e Macaronésia.
Habitat: Taludes, locais húmidos, ruderais, orlas florestais.
Floração: Junho-Agosto.
Princípios activos: Mentona, mentol, pulegona, taninos, óleo essencial, flavonóides, carvona, levulose e salicilato de metilo.
Propriedades: Expectorante, antiespasmódica, carminativa, estomáquica, aromática, diaforética, tónica, emenagoga, febrífuga, analgésica, anti-tússica, anti-séptica, repelente de insectos, laxante suave e vulnerária.
Partes usadas: Folhas e flores.
Usos: A infusão de poejo é empregue contra gripes e constipações, problemas respiratórios, digestivos e febres. Também usado no tratamento da halitose, da tensão pré-menstrual e da enxaqueca. Externamente, quer sob a forma de creme, infusão ou tintura, é aplicado em casos de dores musculares e feridas. Não deve ser tomado por grávidas, uma vez que se trata de um emenagogo e tónico uterino que facilita a menstruação, nem por doentes renais ou por quem sofra de úlcera gastroduodenal ou gastrite.
Gastronomicamente, as folhas e as flores, secas ou frescas, são usadas como condimento e como aromatizante de vinhos, licores e vinagres.
Curiosidades: Por conter grande percentagem de mentol, na Idade Média o poejo era uma das ervas utilizadas em defumações contra pulgas, carraças, moscas, ratos, traças e formigas, daí o seu adjectivo pulegium. Uma infusão forte desta planta é, no entanto, mais eficaz contra parasitas e roedores.
As folhas devem ser colhidas logo que a planta floresça e postas a secar à sombra. Tomado em largas quantidades pode causar um efeito alucinogénico auditivo e visual, bem como problemas renais.
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